[Café com Pipoca] Histórias Cruzadas

terça-feira, setembro 24, 2013


O filme se passa na década de 60, no Mississipi. Época em que os EUA viviam os conflitos do apartheid racial e a tensão devido ao mesmo dificultava ainda mais a vida dos empregados das famílias brancas.
Em Jackson, a cidade onde se passa a história, empregadas negras trabalham para famílias brancas, sendo tratadas de forma preconceituosa. As mulheres de cor, antes mesmo de terem o direito de sonhar com algo já sabem que vieram para dedicar suas vidas a cuidar da vida e da casa das mulheres brancas, tendo a consciência de que, futuramente, seus filhos traçarão o mesmo caminho.
Eis que então surge Eugenia Skeeter, uma mulher jovem que sonha com um futuro diferente daquele em que convive, onde mulheres jovens são criadas para manter-se bonitas, casar-se, contratar uma empregada negra e terem filhos, ostentando suas vidas para o restante da sociedade. Eugenia corre atrás de tornar-se uma grande escritora, de fazer algo em que acredita e acaba desencadeando uma grande revolução entre as empregadas e as donas de casa ao buscar reunir depoimentos pessoais e histórias dos braços direitos das donas de casa.

Aibeleen é a primeira a cooperar com as história de Skeeter, a mesma perdeu seu filho muito cedo e seguiu sua vida a cuidar dos filhos dos outros, dando a eles todo o cuidado, carinho e ensinando a eles o que ela mesma teve que aprender, o amor próprio.
A mesma é a que mais nos passa as características do sofrimento racial, apesar da opressão, ela carrega amargura, mantendo o seu trabalho robotizado.

Em contraponto a Aibeleen surge Minny, temperamental, que apesar de precisar do emprego, enfrenta os patrões por sentir dentro de si que a realidade necessitava de mudanças. Juntas elas começam com suas histórias para o livro "The Help" e logo, outras ajudantes, também sentindo-se com um nó na garganta e empenhados devido as lutas raciais juntam-se as duas para contar também suas histórias.
O livro é considerado um dos pontos de partida para mudanças na cidade e um apoio as lutas raciais vividas no pais na época.
Mais do que questões raciais e sociais, o filme mostra a relação entre personagens e a diferença entre eles além da cor da pele, onde alguns, mesmo com  alto poder aquisitivo encontram afeto e companhia nas ajudantes e ficam ao lado delas nessa busca pela igualdade racial.

Eu decidi assistir o filme ontem com a sensação de que ele não iria me surpreender em nada, mas ao contrário ele me surpreendeu e muito, principalmente pela relação entre as empregadas e as crianças que criaram uma verdadeira relação de amor entre mãe e filhos.

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